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Controle da Dor Crônica e Medicina Regenerativa em Cães e Gatos

Sobre a dor crônica em cães e gatos

A dor crônica é uma condição não-adaptativa decorrente de uma anormalidade no processamento do sinal doloroso em todo o sistema nervoso, sendo diretamente correlacionada a componentes sensoriais, cognitivos e afetivo-motivacionais, além de alterar reflexos motores e autonômicos. Anormalidades sensitivas são comumente presentes com diferentes tipos de dor crônica, embora não sejam exclusivas das síndromes de dores crônicas, que vão desde a exaltação até a ausência de percepções sensoriais diante de estímulos térmicos e mecânicos, que inclusive podem ser reproduzidos em consultórios por meio dos testes sensitivos quantitativos.

 
Cães e gatos jovens também podem manifestar dor crônica, no entanto, é muito comum que as manifestações clínicas ocorram mais em animais idosos, quando há claramente uma mudança de comportamento geral, que sob os olhares do tutor pode ser confundido como envelhecimento, contudo é preciso tentar distinguir as alterações relacionadas ao desconforto doloroso ou à idade. Desta forma, o tutor é um fornecedor de informações importantes sobre o comportamento do animal, sendo que muitas vezes por serem muito sutis há necessidade de ser estimulado por meio de questionamentos.  


Em humanos, a dor crônica era tradicionalmente definida como dor que dura mais de 3 ou 6 meses, dependendo da fonte da definição, no entanto, mais recentemente, a dor crônica tem sido definida como 'dor que se estende além do período de cicatrização do tecido e/ou com baixa intensidade ou níveis de injúrias identificadas que são insuficientes para explicar a presença e/ou extensão da dor”. 

E como ocorre a cronificação da dor?

Normalmente, é mantido um estado estacionário no qual existe uma estreita correlação entre lesão e dor. No entanto, estímulos nocivos de longa duração ou muito intensos podem alterar o funcionamento do sistema nervoso a tal ponto que a estreita correlação entre lesão e dor pode ser perdida. Portanto, é importante compreender que nem sempre a dor está relacionada “ao tecido onde dói”.

 

A progressão da dor aguda para a crônica pode ser considerada dentro do entendimento de três estágios ou fases principais da dor, propondo que diferentes mecanismos neurofisiológicos são envolvidos, dependendo da natureza e do curso temporal do estímulo originário.  

 

Estas três fases incluem (1) o processamento de um estímulo nocivo; (2) as consequências da estimulação nociva prolongada, levando a danos nos tecidos e inflamação; e (3) as consequências de uma alteração processual comumente encontrada em alguns tipos de dor (ex: nociplástica sobreposta ou ainda, em casos de lesões nervosas periféricas ou centrais).

E se retirarmos o tecido lesionado resolvemos o problema?

Imagina que sua sala de casa tenha uma infiltração no teto há meses/anos. Essas goteiras molharam seu sofá, carpete, danificaram a pintura da sua sala etc. Tempos depois, finalmente você encontrou o problema no seu banheiro do segundo andar e fez o reparo. Você concorda que mesmo resolvendo o problema sua sala sobre das consequência desta goteira?

 

Sofá e carpete mofados, pintura danificada tornando o ambiente desagradável, pois é, acontece da mesma forma na dor crônica. As consequências são alterações no fenótipo dos nervos do seu pet e que, mesmo com a realização de um procedimento cirúrgico para retirar o tecido danificado, precisaremos direcionar o tratamento também para restaurar o fenótipo e a função destes nervos. 

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